Literatura

ANÁLISE DO ROMANCE IRACEMA: PARTINDO DE UM PERÍODO UM TANTO NACIONALISTA Micael Breme de Souza Chagas Silva*

O período romântico brasileiro iniciou-se através de publicações em forma de folhetim, que se tratavam de publicações diárias, em jornais. Neste tempo só os burgueses podiam ler textos literários, pois o público burguês estava representado por um grupo menor se comparado com o público massificador que ocupava extensas áreas territoriais em nosso país.
Junto com os românticos surgiu um belo idealismo exagerado sobre uma proposta de literatura nacional sólida concentrada na figura do índio, esta fase sendo classificada como indianista. Um dos representantes deste período, José Martiniano de Alencar (1829-1877) foi um escritor importante para essa literatura, pois foi a partir de livros como O guarani e Iracema e sua atuação no movimento com autores reconhecidos, que ele se consolidou como patriarca da literatura brasileira.
Partindo para a construção desta análise, tomaremos o livro Iracema (2006) de José de Alencar, com o intuito de propor uma possível estruturação do romance. Partindo da ideia de nacionalidade romântica, é possível perceber que através do romantismo houve a fundação do ideal nacionalista, que foi muito retomado durante a Semana de 22 até a contemporaneidade.
Em Iracema (2006) José de Alencar propõe uma possível formação do povo cearense, através do contato entre o ameríndio e o português. Alguns dos traços característicos predominantes na escrita dos autores românticos estão perceptíveis no romance, como por exemplo: idealização, subjetividade, sentimentalismo, evasão (ou escapismo), nacionalismo, comparações, metáforas, prosopopeias e liberdade criativa formal.
A subjetividade está fixada no eu-lírico do romance. Embora o narrador esteja em terceira pessoa, ele está expondo a visão do próprio Alencar, pois se trata de um texto produzido por um burguês para a burguesia dominante nos anos de 1836, e isso afeta significativamente a