literatura
LETRAS – PORTUGUÊS (SEMIPRESENCIAL)
POLO: CVT – RUSSAS - TURMA: 2014.1
DISCIPLINA: LITERATURA BRASILEIRA IV
TUTOR (A): SOLANGE DE ALMEIDA
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO 1 O poema apresenta um eu lírico que se dirige, em tom professoral, próprio de quem já refletiu muito sobre o assunto, a um hipotético interlocutor, que escreve (ou pretende escrever) poesia sem refletir sobre o “fazer poético” e sempre empregando verbos no imperativo, na segunda pessoa do singular (“não faças”, “não cantes”, “penetra”, “convive”, “espera”, “não forces”, “não colhas”, “não adules”, “repara”). O interlocutor, no entanto, não tem voz, não contra-argumenta nem aceita. O eu lírico defende o princípio de que a poesia deva ser impessoal, indiferente às realidades individuais e aos fatos particulares da vida, porque é universal. A poesia não deve ser feita de maneira ingênua, precipitada. O eu lírico, assim, nos ensina que não se faz literatura apenas falando sobre acontecimentos ou resgatando subjetivamente a infância, ideias, sentimentos ou idealizando: “O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia”, mas pode vir a ser. Para isso, é preciso penetrar “surdamente no reino das palavras”, “lá estão os poemas que esperam ser escritos”. Carlos Drummond de Andrade, joga com as palavras no poema “Procura da Poesia” para fazer uma interpretação e nos mostrar compreensiva a sua poética. Defende que a base de todo texto poético é o trabalho com a linguagem (as palavras), descreve que ao iniciar um poema, é como se ele estivesse entrando no “reino das palavras”, no dicionário, ele sente, seleciona e até controla as palavras, as organiza e faz um trabalho quase artesanal com as mesmas, despertando sentidos novos, causando um efeito que ultrapassa a sua significação objetiva e real, aproximando-as do seu imaginário. Esse poema memorável, é um explicativo de que a poesia existe realmente através das palavras, o elemento material é a palavra, são elas que dão vida à