literatura
A literatura infanto-juvenil tem sua origem a um processo de transformação europeu, que apresenta a ascensão da classe burguesa e o estabelecimento do modo burguês de viver como dominante. Essa transformação se dá em um processo que se instaura no final da Idade Média e atinge seu ápice no século XVIII. Na sociedade medieval, quem nascia servo, seria servo por toda a sua vida, quem nascia senhor, assim permaneceria até a sua morte. O casamento é um dos seus principais instrumentos, de modo que dele se excluem os laços afetivos. Por isso, inexiste a noção de privacidade ou vontade individual, já que o chefe de família centraliza o todo e defende seus interesses, assim como está ausente uma solidariedade entre os cônjuges ou as gerações. As informações históricas do período medieval é uma estrutura social que não privilegia a família nuclear, constituída de pai, mãe e filhos. Os vínculos de afeto nas relações de parentesco não são estimulados da forma como serão tempos mais tarde. Além disso, não verificamos, nessa sociedade, a noção de espaço privado, tão importante, posteriormente, para definir o espaço ocupado pela família, às crianças não são vista como alguém que precisa de cuidados especiais por estar no início de seu processo de desenvolvimento. É comum encontrarmos, nos textos que tratam do tema, que a criança era considerada um mini adulto, sendo integrada às práticas sociais adultas tão logo estivesse apta fisicamente para tanto. Na sociedade antiga, não havia infância: nenhum espaço separado do mundo adulto. As crianças trabalhavam e viviam junto com os adultos, testemunhavam os processos naturais da existência, participavam junto deles da vida pública, nas festas, guerras, audiências, execuções, etc., tendo assim seu lugar assegurado nas tradições culturais comuns: na narração de histórias, nos cantos, nos jogos. A escola, nesse período histórico, assume o papel de formar o