Literatura

Incrivelmente apaixonada. Pela vida e por tudo o que ela pode me oferecer. Deixei para trás tudo o que não me fazia bem, tudo o que tirava minha liberdade de viver e ser feliz.
Eu estava liberta.
Meus pensamentos, sentimentos e coração se tornaram um só. E todos me diziam que eu ainda viveria muito e seria extremamente feliz. Não importa quanto tempo passasse ou quantas dificuldades e mudanças eu tivesse que suportar. Eu iria conseguir. Já estava feliz por estar tão livre. Qualquer acréscimo seria, realmente, apenas um acréscimo.
E então eu pensei: quanto tempo de vida eu tenho? Cada dia viva era mais um passo que eu dava em direção à eternidade. Mas talvez, a eternidade estivesse nos meus dias vividos, nos momentos guardados em minha memória, em cada respiração que eu já havia dado. Era tão simples. Não me importava com quanto tempo eu ainda teria. Me importava todo o tempo que eu já tive e o que eu faria com o tempo que estava por vir. Eu me senti poderosa, como se um sentimento de amor incontrolável tivesse me dominado.
Olhei pela janela e vi aquele céu cinzento. Um tempo fechado em meio a um coração recém-aberto. Nada me parecia impossível, nada me parecia inalcançável. As lágrimas se tornariam minhas aliadas e meus sorrisos seriam meu escudo. Eu estava imune a qualquer maldade exterior. Nada mais me atingiria. Eu sabia que nem todos os dias seriam alegres e que nem todos os dias eu teria um sorriso para distribuir. Mas, mesmo nesses dias, eu agradeceria por estar viva e passar tudo aquilo que me aguardava. Esses momentos formariam mais uma fase da minha vida, me moldariam para as novas dificuldades e me ensinariam a viver cada vez melhor. Agora, eu buscava tudo aquilo que nunca havia procurado antes: o meu amor. Mas não se engane. Não era o amor romântico dos filmes hollywoodianos. Era o amor por tudo o que fazia parte de mim, tudo o que me constituía. Era o amor pelos sofrimentos que tive e pelas alegrias que já haviam passado pela minha vida. Era amor