literatura e artes plásticas
A literatura é uma arte dotada de polissêmica e dentro desta perspectiva ela, dialoga constantemente com outras artes e não seria diferente com as artes plásticas. Nesta vertente, proporemos neste trabalho, uma análise das obras de Arlindo Daibert em diálogo com Grande Sertão: veredas de Guimarães Rosa, afim de possibilitarmos um estudo interdisciplinar e a corroboração da polissemia e polifonia existente na literatura. O artista plástico juiz de forano Arlindo Daibert, transita constantemente entre palavra e a imagem e no seu projeto de expor a Obra de Rosa em uma releitura plástica minuciosa, Daibert vai criando por meio de palavras e paisagens uma nova linguagem para o épico roseano. É interessante salientar que em nenhum momento o artista plástico pretendeu dar um tom de ilustração á obra de Rosa, mas sim reescrevê-la e para tanto usou de diversas técnicas, sendo uma delas a xilogravura.
A obra de Guimarães Rosa inspirou Daibert a criar uma série de imagens do sertão, reinventando, portanto, as paisagens e nos remetendo a alegorias de lugares assombrados, praticamente uma alusão aos rituais satânicos e da eterna discussão entre Deus e o diabo. Ao observarmos a figura intitulada de “A Deus dada”, vemos que a ilustração de Arlindo Daibert esboça a representação do encontro entre o artista plástico atravessado pela materialidade do texto de Rosa. Nesta vertente, corrobora-se o fato que os pictogramas de da obra de Daibert em intertextualidade com a de Rosa, é complexa e não se deve ser considerada apenas como o retrato do que é “intraduzível” no romance roseano, mas também como um comentário criativo e pertinente do artista sobre o romance usando para dar corpo o desenho como linguagem.
Obviamente, como se trata de uma releitura proposta por Diabert, não se deve ver o texto de Guiarães Rosa como chave de leitura para as ilustrações, mas sim como um material enriquecedor para possibilitar leituras mais densas e críticas, ampliando as