Literatura - vitimas algozes
Segundo a obra Vítimas Algozes de Joaquim Manuel de Macedo, o negro africano era submetido a todo tempo, pelas pressões da escravidão. Os maus tratos, péssimas condições de vida, e violência eram o reflexo da vida que ao negro era imposta. Simeão, o crioulo, era o exemplo de negro que viveu os dois lados da sociedade escravocrata, por um lado, criado por seus senhores e inibido da real vida de escravo e por outro a liberdade que ele sonhava possuir.
Criado como filho pelos seus senhores, Simeão, tinha um certo privilégio em relação aos outros escravos da fazendo, vivia na casa-grande e possuía regalias, porém com o passar dos anos sua posição como escravo ficava mais evidente, pois apesar de haver sentimento dos seus senhores, para com o mesmo, era seguido o estatuto que o visava como escravo.
Com a ilusória ideia da liberdade, o personagem se viu decepcionado logo após a morte do seu senhor, que não liberou sua carta de alforria, fazendo crescer em Simeão um sentimento intenso de raiva, que é colocado pelo autor como a resposta ao sistema escravocrata da época, como é exemplificado nessa passagem do livro “Simeão foi o mais ingrato e perverso dos homens. Pois eu vos digo que Simeão, se não fosse escravo, poderia não ter sido nem ingrato, nem perverso. A escravidão degrada, deprava, e torna o homem capaz dos mais medonhos crimes.”.
Visto como animais, objetos de trabalho, ladrões, ferozes, viciados, vadios e dissimulados, os escravos eram a visão oposta aos seus senhores, honestos, generosos, trabalhadores, “bons humanos”. Como é exposto na passagem do texto, em que Simeão percebe a sua real posição na sociedade “Mas vem um dia em que ele se reconhece escravo, coisa e não homem, máquina para cavar com a enxada, homem desnaturado, miséria respirante e movente que os próprios cães distinguem pela marca do desprezo social.”
Este Simeão, que matou os seus senhores a troco de dinheiro e liberdade, foi colocado pelo autor como a resposta a