Literatura rio grandense
Martins, ao representar ficcionalmente este homem do campo marginalizado, desconstrói o personagem heróico do pampa, conforme afirmação da historiadora
Sandra Jatahy Pesavento:
O estereótipo deste padrão identitário de referência se consolida com a figura arquetípica regional, este gaúcho super-homem, “monarca das coxilhas”, "centauro dos pampas". A esta visão grandiosa, atemporal, glamourizada, e de ampla aceitação, contrapõe-se um outro gaúcho, em correspondência com um outro Rio Grande, e que é dado a ver pela obra de Cyro.2
A representação desta nova visão do homem do pampa vem acompanhada pelos fatos históricos que marcaram a história do Rio Grande do Sul, fatos estes que sustentam e justificam as ações, a trajetória e o contexto em que estão envolvidas as personagens. Entretanto, antes de apresentar a análise das obras de Cyro Martins, que fazem parte da trilogia, faz-se necessário retomar alguns dos fatos políticos, sociais e econômicos ocorridos no Estado entre as décadas de 1930 e 1950, recuperando também alguns acontecimentos que caracterizaram as primeiras décadas do século XX, pois a partir deles poder-se-á compreender de maneira mais clara a história política do Rio
Grande do