Literatura rio grandense

328 palavras 2 páginas
Ao representar em sua obra a decadência do homem do pampa, o autor apresenta aos leitores os problemas sociais que marcaram toda uma geração. A visão idealizadora do “monarca das coxilhas”, do gaúcho e de seu fiel companheiro, o cavalo, do ser aguerrido detentor de ideais e de valores inquestionáveis, representado na obra literária rio-grandense desde o Partenon Literário (século XIX), se desfaz. A decadência social do gaúcho, o abandono do campo, a migração para as cidades, a pobreza e a fome que eram reflexos do novo sistema social que surgia aos poucos no Estado, devido à falta de trabalho e de oportunidades, são características que substituem, dentro da produção literária, principalmente a partir do romance de 30, a figura mitificada do gaúcho. Cyro
Martins, ao representar ficcionalmente este homem do campo marginalizado, desconstrói o personagem heróico do pampa, conforme afirmação da historiadora
Sandra Jatahy Pesavento:
O estereótipo deste padrão identitário de referência se consolida com a figura arquetípica regional, este gaúcho super-homem, “monarca das coxilhas”, "centauro dos pampas". A esta visão grandiosa, atemporal, glamourizada, e de ampla aceitação, contrapõe-se um outro gaúcho, em correspondência com um outro Rio Grande, e que é dado a ver pela obra de Cyro.2
A representação desta nova visão do homem do pampa vem acompanhada pelos fatos históricos que marcaram a história do Rio Grande do Sul, fatos estes que sustentam e justificam as ações, a trajetória e o contexto em que estão envolvidas as personagens. Entretanto, antes de apresentar a análise das obras de Cyro Martins, que fazem parte da trilogia, faz-se necessário retomar alguns dos fatos políticos, sociais e econômicos ocorridos no Estado entre as décadas de 1930 e 1950, recuperando também alguns acontecimentos que caracterizaram as primeiras décadas do século XX, pois a partir deles poder-se-á compreender de maneira mais clara a história política do Rio
Grande do

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