No Manantial
A compreensão entre a adaptação da linguagem de Simões Lopes Neto e o meio fílmico é o resultado dos valores culturais de um povo que envolve além da observação dos costumes, a análise do seu processo histórico o qual relata a constante mutação do ser humano. A linguagem também foi um diferencial da época em que o fato foi narrado, pois sofreu influência do espanhol, em razão da proximidade geográfica com os castelhanos. A característica marcante no universo ficcional manteve padrões locais, próprios do regionalismo, sem romper com a tradição literária, fazendo com que a sua linguagem fosse absorvida acompanhando o estilo da época, assim como os temas - amor, crime, conformismo, influências econômicas, políticas e religiosas. O linguajar gaudério romperia a convenção literária como forma de expressão, foi então que Simões Lopes Neto solucionou o problema fazendo uso do léxico e eventualmente da sintaxe próprios da linguagem da campanha, mas também submetendo-os a morfologia da norma culta. O narrador Blau Nunes evoca de maneira contagiante a terra, o povo e as virtudes rio-grandenses, conseguindo evidenciar o estilo e os costumes gaúchos.
Também é válido falar um pouco dos personagens e de suas características, sendo que, o conto nos mostra uma tragédia envolvendo uma jovem que hora é frágil e indefesa e hora se mostra forte e determinada a lutar por sua virtude que é ameaçada, figura essa representada por Maria Altina a personagem principal do conto que mostra por outro lado o comportamento de Chicão, que aponta para a competitividade masculina e a predisposição para a batalha em busca de seus interesses. Existe também uma presença de elementos sobrenaturais marcantes na história onde é discutida uma relação entre o natural e o sobrenatural convertendo o passado num mito.
Finalmente podemos acrescentar que os escritores dos “Contos Gauchescos” contribuíram muito com a literatura contemporânea pois as