João Simões Lopes Neto
Biografia: João Simões Lopes Neto, descendente de uma nobre linhagem chefiada pelo seu avô, Visconde da Graça, nasceu em uma estância nos arredores de Pelotas, em 1865. Não foi um homem do campo embora tenha nascido em uma estância pois aos onze anos de idade mudou-se para o centro urbano de Pelotas, uma cidade avançada na época, graças a exploração do charque e por uma industria nascente. Estudou no famoso Colégio Abílio no Rio de Janeiro, raríssimas vezes afastou-se da cidade natal. A sua carreira pode ser dividida em uma parte comercial e outra na imprensa jornalística. A sua passagem pelo mundo dos negócios foi marcada por inúmeras seqüências que o fez morrer pobre. Foi herdeiro de propriedades reduzidas e comprometeu tudo em empresas precipitadamente. A luta pela subsistência seria travada nas redações dos jornais provincianos. Entre 1895-1913 mantém a coluna Balas d'Estalo no Diário Popular; em 1913-1914, sob o pseudônimo João do Sul, assina as crônicas de Inquéritos em Contraste nas páginas de A Opinião Pública; de 1914 a 1915 ocupa a direção do Correio Mercantil; finalmente, em 1916, ano de sua morte, volta para A Opinião Pública com a coluna Temas Gastos. Também não foi um grande jornalista e o conjunto da matéria que produziu não se desprende, hoje, da marca efêmera de uma "literatura de circunstância". Simões foi um homem da cidade, urbano e modificado pela sociedade. Não foi um homem do campo na quais muitas pessoas imaginavam. As estâncias permaneceram apenas na memória de sua infância, talvez por isso transformaram-se no material para suas criações imaginarias. Não conheceu a glória de suas obras, pois elas foram inteiramente póstumas. As suas obras foram um legado para o futuro Pouco espaço é necessário para mensurá-la quantitativamente.