Literatura fruitiva: algumas colocações
O vasto campo das artes inclui, entre outras formas de expressão, a literatura. Esta vem sendo utilizada no contexto escolar apenas como objeto de propagação de informação e conhecimento, permeando diferentes atividades pedagógicas que apresentam o objetivo de moralizar e discutir o comportamento.
Porém, enquanto objeto artístico, a literatura deve assumir seu papel de significação do texto por meio da abordagem da fruição, ou seja, ser admirada no seu sentido estético, que vai além da sua função comunicativa. Sendo assim, a literatura compreendida como obra de arte e apreciada esteticamente, possibilita que o sujeito torne-se mais sensível.
Culler vai de encontro às colocações abordadas acima e ainda acrescenta que a literatura deve ser considera um objeto estético, porque incita no leitor o estabelecimento de relação entre a forma e o conteúdo.
Ruth Rocha discute sobre as funções dos livros didáticos e literários. Sobre o último ressalta a importância do ensinamento a sensibilidade que a arte permite e ainda, afirma que a educação de crianças deve se preocupar com o cuidado do todo, desde a formação do caráter até o apreço pelas artes. A autora citada garante que o bom livro literário cumpre este papel e sublinha sua função enquanto recurso para a educação artística do sujeito.
Otávio Paz comenta que o poema precisa ser lido corretamente, necessita ser declamado, pois somente assim terá sua função poética avalizada. Declamar textos poéticos inclui promover a união entre o som e o sentido, pois se trata de uma composição rítmica. Infelizmente, a pouca habilidade com a leitura de poemas deve-se ao fato de que nos primeiros anos as crianças estabelecem raros contatos com a poesia, quando acontecem, pois a partir do final do século XIX o conhecimento científico passou a ser a estrutura da educação.
Pesquisas com o objetivo de avaliar a utilização do texto poético nas instituições escolares têm ocorrido. Uma delas