Lira dos vinte anos
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Gênero: Lírico
Estilo: Romantismo
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Espécie: Poemas diversos •
Estrutura: 03 partes
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01ª e 03ª partes: Fase
Arial
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02ª parte: Fase Caliban
→ Parte espiritualizada, incorpórea, representante das atas aspirações humanas: liberdade, gratidão etc.
→ Figura disforme, selvagem, passada dos instintos animais que habitam , os homens.
• A obra revela internamente um jogo parodístico com a presença de dois mundos distintos e paradoxais.
• O primeiro expressa o lado crente, romântico-amoroso do poeta ( face Ariel) ;
• O segundo, aponta para o riso velado, o seu lado satânico e transgressor ( face Caliban);
• O dualismo de princípios estéticos, na poesia de
Azevedo, está também em estreita relação com a ruptura, empreendida pelo romantismo, dos padrões clássicos e, por conseguinte, a com a afirmação de valores específicos da filosofia romântica.
Ideias íntimas
Ossian o bardo é triste como a sombra
Que seus cantos povoa. O Lamartine
É monótono e belo como a noite,
Como a lua no mar e o som das ondas...
Mas pranteia uma eterna monodia,
Tem na lira do gênio uma só corda;
Fibra de amor e Deus que um sopro agita:
Se desmaia de amor a Deus se volta,
Se pranteia por Deus de amor suspira.
Basta de Shakespeare. Vem tu agora,
Fantástico alemão, poeta ardente
Que ilumina o clarão das gotas pálidas
Do nobre Johannisberg! Nos teus romances
Meu coração deleita-se... Contudo,
Parece-me que vou perdendo o gosto
(AZEVEDO, Álvares de. Lira dos vinte anos .
São Paulo: L&PM, 1998, p. 128)
← O eu-lírico manifesta tanto seu apreço quanto sua insatisfação em relação aos escritores que evoca.
Namoro a cavalo
Eu moro em Catumbi. Mas a desgraça
Que rege minha vida malfadada
Pôs lá no fim da rua do Catete
A minha Dulcinéia namorada.
Alugo (três mil réis) por uma tarde
Um cavalo de trote (que esparrela!)
Só para erguer meus olhos suspirando
À minha namorada na janela...
Todo o meu