Linguística
Em vários momentos tem-se falado em variação linguística, presente na fala e na escrita. Segundo Cagliari (2000, p. 76), ¨todo mundo sabe que há modos diferentes de se falar uma língua.¨; a afirmativa revela que existem várias maneiras de dizer a mesma coisa, por conta de uma variedade de palavras, significados e formas de linguagens existentes.
É sabido que as sociedades são formadas por pessoas diferentes: ricos e pobres, escolarizados e não escolarizados, homens, mulheres, crianças, idosos, visitantes de outras regiões; são pessoas heterogêneas, diversificadas, sujeitos de conflitos e submetidos a transformações. Cagliari (2000, p. 81) descreve que
“Através do modo de falar de cada um, revela-se o status social dos indivíduos e grupos sociais, ficando definido o lugar de cada um na sociedade”, assim, a variação linguística presente nos falares das pessoas pode representar mecanismos de diferenciação dos indivíduos, que são regidos por valores sociais, econômicos, ideológicos, políticos, religiosos, etc.
Bagno (2007, p. 36) completa o pensamento de Cagliari (2000) quando diz que assim como a sociedade é diversificada, a língua também é diversificada, como explica: “A língua, na concepção dos sociolinguistas, é heterogênea, múltipla, variável, instável e está sempre em desconstrução e em reconstrução”, acrescenta que ¨a língua é o conjunto de conseqüências sociais, culturais e ideológicas, um trabalho coletivo¨; em outro texto completa: ¨a língua é uma atividade social¨. Desse modo, sendo a língua uma construção social com características variáveis e heterogêneas, a sociedade que fala essa língua também assume as características dessa variação.
Podemos refletir sobre a afirmativa de Cagliari (2000, p. 81), que diz que
¨todos nós, na verdade, somos, de certa forma, falantes de mais de um dialeto, os quais usamos de acordo com as circunstâncias¨. Pode-se perceber com esta afirmativa que a variação linguística está presente