Linguagem - Rachel de Queiroz
Na sua obra O Quinze, Rachel de Queiroz optou por uma linguagem mista, utilizando o cotidiano das pessoas como inspiração, a linguagem informal, despreocupando-se com as tradicionais regras gramaticais, pois ela desejava reproduzir a fala que ouvia nas ruas, ser fiel a realidade em que viveu durante a sua infância tanto quanto a norma culta nas falas da personagem Conceição. Apesar de usar um método simples, Rachel consegue fidelizar a linguagem à cruel situação abordada no livro: a seca; descrevendo cenas fria e diretamente, com poucos adjetivos.
Há uma notável diferença entre o nível de escolaridade de Chico Bento, Vicente e Conceição, que é professora; os três utilizam uma linguagem de entendimento geral, porém, Conceição é a que mais se destaca entre os dois por usar uma linguagem mais elaborada, ainda que não totalmente culta, demonstrando a luta da autora pela afirmação da mulher no ambiente social.
Pode-se considerar que Rachel criou um modo original de discurso, sem vínculo a um modelo pressuposto, renovando a linguagem regional. Por consequência, a autora foi elogiada por outros romancistas famosos, como Graciliano Ramos, o qual afirmava que os personagens de O Quinze “sabiam falar”, ou seja, tinham o seu próprio jeito de se comunicar.
Embora não esteja predominantemente presente na obra, Rachel também utiliza a linguagem poética musicada em alguns trechos, pois a existência de cancioneiros pobres era muito marcante na região nordestina.
Raquel de Queiroz transmitiu sua estada no sertão nordestino dentro da linguagem de O Quinze. Ela optou pela linguagem mista, tendo Chico Bento representando a linguagem informal, totalmente despreocupada com as regras gramaticais, inspiradas nas falas das pessoas que ela escutava quando era criança. Já Conceição, que era professora, representava a norma culta, porque a autora defendia a afirmação das mulheres no ambiente social.
Raquel utiliza uma linguagem simples para descrever as cenas do