Linguagem no carcere
COLOMBO, Fernanda Janaina Barboza[1]
ORTOLAN, Aline Mendes[2]
NAKAMURA, Larissa Telma de Bernardi[3]
RESUMO: Para identificar e distinguir um grupo social é necessário observar a forma pela qual ele representa a sua realidade, quer através de sua língua quer através de sua cultura. Este trabalho tem como objeto de estudo analisar a linguagem utilizada pelos encarcerados. Coletamos vocábulos usados dentro da Penitenciaria Compacta de Pracinha, descobrimos que a linguagem utilizada pelos presos está carregada de marcas sócio-econômicas do grupo de detentos e funciona como uma espécie de código secreto que possui as funções tanto de autodefesa como também de comunicação rápida entre os pares. Essa codificação é segura e protege as mensagens dos ouvidos das pessoas que não fazem parte do grupo e marca também o vínculo entre homens confinados que perderam a identidade própria quando passaram a ocupar as celas do cárcere. Utilizamos como base de contextualização uma carta escrita por presidiários com o objetivo de se comunicarem. A variante linguística utilizada por tal comunidade de fala serve como protesto contra a sociedade que a excluiu, ao usar uma linguagem diferente dos padrões adotados pela sociedade atual e dissimulada através de metáforas e metonímias, conceitos estes marcados pela cultura e experiência de mundo destes falantes.
PALAVRAS CHAVE: Linguagem dos presídios, variação linguística, gírias.
O presente estudo é parte constitutiva de pesquisa mais ampla que visa observar os vocábulos utilizados pelos encarcerados. Uma vez que a linguagem é a essência da sociedade, sendo inimaginável pensar em um sujeito social sem a linguagem, ela é o elo de ligação entre o homem e a sociedade, e por que não dizer, entre o homem e ele mesmo.
O estudo desenvolvido abrange a sociolinguística, na medida em que comunidades de fala produzem variantes lingüísticas de acordo com sua estrutura social.
A pesquisa teve como objetivo geral e