Linguagem conhecimento e poder
Centro de Ciências
Departamento de Geografia
Aluna: Inês Ribeiro dos Santos
Profª Cristina Maria
Disciplina: Introdução à sociologia
Linguagem, conhecimento e poder.
Imagine-se vivendo na Europa da Idade Média. Você é camponês. Na missa semanal, assiste a tudo de longe. O longo ritual, o sermão do padre e as ininteligíveis frases em latim não lhe envolvem. Mais uma vez, é somente platéia. Platéia do que os outros lêem, filtram e lhe dizem como verdade. Platéia do que os outros vivem. O corpo e o sangue de Cristo lhe são entregues, mas falta algo. O complemento, o alimento tão necessário quanto o pão nosso de cada dia, o alimento da mente. Você assiste aos jogos de poder, se intriga com a hierarquia supostamente natural e começa a, talvez, despertar. Começa a sentir-se inútil, dependente, já não está satisfeito como platéia, você quer ser o ator. Quer consumir e metabolizar o conhecimento por si só. Mas você, na condição de camponês, não tem acesso à fonte mais óbvia dessa refeição: o livro, e o poder de decodificá-lo. Na falta do livro, você engole tudo o mais: a linguagem que não é escrita. Senta e observa, e se encontra novamente como platéia, assistindo as grades (que uma vez pensou em eliminar) crescerem ao redor de si, como as garras invisíveis que são.
Trazendo isso para a realidade, vemos que as grades continuam presentes, e talvez de forma mais desesperadora. Embora munidos de livros, embora “esclarecidos” sobre as questões que confundiam o nosso eu camponês, continuamos presos aos moldes da sociedade, moldes esses que não foi feitos para nós - e para ninguém mais, a bem da verdade. Há um modo correto de pensar, de agir, de expressar. E o desespero se encontra justamente aí: a possibilidade desperdiçada, o poder de ser livre. Mas como lidar com o que os outros esperam de nós? Nesse sentido, é importante pensar fora da caixa, romper com a cultura de respeitar o poder alheio mais do que a nossa própria razão. Voltar às