Lingua Portuguesa e Literatura
1. Sobre o narrador de A hora da estrela, de Clarice Lispector, pode-se afirmar que:
(A) é do tipo observador, pois revela não ter conhecimento sobre o que se passa no universo sentimental e psíquico da personagem (Macabéa).
(B) é onisciente, pois assume o papel de criador de uma vida, sobre a qual detém todas as informações; o poder da onisciência é, para ele, fonte de satisfação, pois Rodrigo S. percebe que os fatos dependem de seu arbítrio.
(C) é do tipo observador, pois limita-se a descrever superficialmente as emoções de Macabéa, o que fica evidente nas ocorrências enigmáticas do termo “explosão“, apresentado sempre entre parênteses.
(D) constitui-se como um personagem, pois narra em primeira pessoa; não há, entretanto, referências à sua história pessoal, visto que seu objetivo é falar sobre um personagem de ficção (Macabéa).
(E) é um dos personagens do livro; entretanto, ao apresentar-se não só como narrador, mas também como criador da história, problematiza a essência da literatura de ficção, que reside na recriação arbitrária do real.
2. Identifique a afirmação correta sobre A hora da estrela, de Clarice Lispector:
(A) A força da temática social, centrada na miséria brasileira, afasta do livro as preocupações com a linguagem, freqüentes em outros escritores da mesma geração.
(B) Se o discurso do narrador critica principalmente a própria literatura, as falas de Macabéa exprimem sobretudo as críticas da personagem às injustiças sociais.
(C) O narrador retarda bastante o início da narração da história de Macabéa, vinculando esse adiamento a um autoquestionamento radical.
(D) Os sofrimentos da migrante nordestina são realçados, no livro, pelo contraste entre suas desventuras na cidade grande e suas lembranças de uma infância