liguistica
Publicado em 02/04/2010
“O que é uma escola justa?” É o texto de François Dubet, onde este procura mais colocar problemas, como ele mesmo o evidencia, que dar soluções.
O problema da justiça na escola não é novo, talvez até inerente a própria escola, mas só agora se pensa nele fazendo as devidas observações, a impressão é de que, no passado às diferenças escolares eram mais normais ou até convencionais. Num passado remoto da escola até poucos anos atrás as diferenças escolares não se evidenciavam demais, pois esta escola era separada por classes de uma maneira bem mais rígida como aponta Dubet: A escola do povo, a escola das classes médias, da burguesia, as profissionais, a escola do campo ou da cidade. Porém esse quadro mudou quando, em vários países, o objetivo de diminuir a taxa de analfabetismo e diminuir as desigualdades sociais fez com que se abrissem consideravelmente as portas do ensino público. Mas isto não veio sem um custo.
Anísio Teixeira (2007), em seu livro “Educação para a democracia”, nos traz uma crítica sobre isso. A busca pela alfabetização que citei acima veio como um reflexo imediato de progresso de uma sociedade. O índice de alfabetização mostra o quão civilizado é um povo. No caso do Brasil, diz ele, não vamos muito bem nestes índices então vamos buscá-los a todo custo e assim seremos civilizados. Mas a verdade é outra, deveríamos buscar a civilização e assim os índices viriam a reboque.
Em seu texto Dubet coloca números relacionados à França, mas que podem, parcialmente, ser aplicados a outros países, por exemplo: aproximadamente 100% dos estudantes frequentam o ensino fundamental, 70 % obtém o certificado de conclusão do ensino médio, e aproximadamente 70% da população está alfabetizada aos 20 anos de idade, só que isso não resolve de forma alguma o problema inicial que é a justiça na escola.
Entenda-se aqui justiça na escola por um mecanismo tal, até agora inexistente, que conduza os estudantes numa