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RESUMO: O MITO DA NEUTRALIDADE CIENTÍFICA

A ciência tem uma importância singular para cada esfera da sociedade. Posso dizer que sua importância é diretamente relacionada ao contexto sócio-cultural das classes sociais. Permito-me dizer que as pessoas pensam a ciência enquanto algo dogmático, impossível de ser mudado e os cientistas então, são quase deuses, aqueles detentores do conhecimento e não é desse jeito. Rubem Alves, filósofo, afirma em seu livro Filosofia da Ciência que as pessoas estão desacostumadas a pensar. Se um médico te diz para tomar certo remédio para curar uma dor, nós tomamos sem questionar. Porque não questionar? A ciência é racional, ela não aceita relações com a metafísica. Os métodos científicos variam de acordo com quem se propõe a fazer uso dela. Nada na ciência é incontestável. A imagem que temos de um cientista é de um cidadão dotado de individualidade, subjetividade e racionalidade suficientes para entender o seu papel pragmático como mantenedor da ciência e em sua difusão na sociedade.

Enfim, o que é observado atualmente é o papel que a ciência cumpre na humanidade. Não é exagero falar que todos os avanços tidos nas esferas químicas, eletrônicas, biológicas, não foram todas benéficas a humanidade. No conflito na Síria há uma grande suspeita do uso de armas químicas, sem contar com os ataques com o anthrax anos atrás como arma químico-biológica. O avanço tecnológico permitiu o uso de mísseis teleguiados, baterias anti-aéreas, aviões não tripulados para que servissem como instrumentos bélicos a serviço da dominação capitalista. É claro afirmar que não foram somente benefícios trazidos pela ciência a humanidade. É quase impensável dizer que o homem criou algo que mais tarde contribuiria para o seu extermínio, mais foi exatamente isso que nós fizemos.

Como entender o papel que o homem possui, digo, o homem cientista porque fazer ciência de acordo com interesses individuais não é o mais certo. Como fazer ciência? Fica