libras
Samuel, Luiza
Porto Alegre/setembro de 2014
Introdução
A linguagem exerce papel preponderante na constituição dos sujeitos, visto que é através dela que nos apropriamos da cultura entorno, construímos nosso entendimento sobre o micro e macro universo, e estabelecemos nossas relações socioafetivas. No entanto, apesar da relevância inquestionável da sua importância para os seres humanos, a possibilidade de construção da mesma para os surdos tem sido secularmente negada, ao privá-los da aprendizagem da Língua de Sinais. As origens desta resistência a Libras, presente tanto no seio familiar da maioria das pessoas surdas como das instituições de ensino, que deriva dos mitos e preconceitos que se autoperpetuam em relação aos surdos e sua língua natural, são resgatadas a fim de superá-la.
Objetivo
Explicar para a turma 201, o que é a linguagem dos surdos (Libras).
Revisão de Literatura
Enquanto todos os investimentos continuam sendo destinados predominantemente à “correção da surdez”, os surdos, ao serem privados da Língua de Sinais, são concomitantemente castrados da possibilidade de construírem uma linguagem plena e autêntica, desenvolvendo suas capacidades cognitivas, linguísticas, sociais e emocionais correlatas. Segundo Perlin (2004, p. 79), esta “condescendência a automutilação ou ciborguização dos surdos” constitui-se em uma violência, provocando o “surdicídio” destes sujeitos ao impor-lhes um modelo de identidade ouvinte que continua vigorando.
No entanto, as pesquisas com crianças surdas filhos de pais surdos evidenciam que as dificuldades que muitas destas encontram não são decorrentes da surdez, mas da falta de um input linguístico adequado, visto que este não é possibilitado às mesmas pelos pais ouvintes, que se recusam a apreender a Língua de Sinais para construírem uma relação comunicativa significativa com seus filhos