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Primeira era
A música sertaneja surgiu em 1929, quando o pesquisador e compositor Cornélio Pires começou a gravar fragmentos de cantos tradicionais do interior de São Paulo."A partir do momento em que as canções passam a ser industrializadas não é mais música caipira. É sertanejo. A música de São Paulo passa a ir para todo o País", explica Waldenyr Caldas, professor de Cultura Brasileira da Escola de Comunicação e Arte da USP.
Na época das gravações de Cornélio Pires, o gênero era conhecido como música caipira, cujas letras falavam do cotidiano, das dificuldades e tristezas. Era algo restrito das regiões rurais. Como o sertanejo conquistou a área urbana, as composições passaram a tratar de outra temática, como situações de cidades grandes, além de letras românticas.
Estas modificações fizeram com que o gênero musical nos anos 1980 se tornasse o primeiro a ser produzido em massa e consumido no Brasil. "A indústria cultural do disco passou a investir muito nesse estilo. É um mercado forte", afirma Caldas. Sempre na música sertaneja introduziram-se novos instrumentos e ritmos que foram se diferenciando aos longos dos anos. "É um processo natural. Na música não existe fronteiras", ressalta o especialista.
Antecedentes
"Sertanejo" são os locais afastados, longe das cidades, ainda que seja mais presente sua relação com o nordeste, do interior, que encontrou vegetação e clima hostis, além da dominação política dos "coronéis", obrigando a desenvolver uma cultura de resistência, do matuto, legitimamente sertanejo, conhecedor da caatinga. Difere-se da cultura caipira, especificamente originária na área que abrange os estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. Ali se desenvolveu uma cultura do colono que encontrou abundância de águas, terra produtiva e um clima mais ameno, típico do cerrado. É conhecida como "caipira" ou "sertaneja" a execução composta e executada das zonas rurais, do