Liberdade Destruida - Tony Anatrella

3117 palavras 13 páginas
Introdução

Nos dias de hoje, cada vez mais a nossa liberdade de seres humanos responsáveis pelos seus actos e escolhas é arruinada. Estamos num século em que os indivíduos têm mais que nunca, a consciência da sua independência e autonomia, e por outro lado, o sentimento de ser isento e “desligado” das suas obrigações perante a sociedade. Como tudo, tal atitude tem consequências, entre as quais o enfraquecimento dos laços de solidariedade entre os indivíduos, a recusa do compromisso, o esmorecimento de valores morais e a falta de exigências da parte dos adultos na educação das crianças. O indivíduo torna-se assim na sua própria referência e tenta impor-se perante todos os outros através das mais variadas formas. E cada um, pretendendo sentir-se livre, arranja uma maneira de o expressar, muitas das vezes cogitando que é inovadora, quando na verdade já existem históricos semelhantes na história da humanidade á muito tempo. Isso leva-nos ás dependências. A toxicomania é traduzida pela vontade anormal e prolongada de ingestão de substâncias tóxicas ou drogas que determinados indivíduos exibem. E como tal, insere-se neste contexto de perda da verdadeira liberdade no sentido da palavra. Ela é a “responsável” por todas as nossas dependências, tanto fisiológicas, psicológicas, sociais ou culturais. Por exemplo, os toxicodependentes apenas acreditam que podem encontrar no consumo da droga, aquilo que já não conseguem encontrar na cultura, na moral e religião. Acreditam que são totalmente livres, sem limites e capazes de dominar tudo o que os rodeia, mas a verdade é que não passa de pura ilusão. Segundo Tony Anatrella, “o “ mal-estar da civilização” já não resulta da necessária renuncia á expressão de certas pulsões enquanto

tal, mas da crença, que têm os jovens privados de transmissões educativas, de que existe uma falta de recursos no seio da civilização, e – no fundo – da negação desses recursos por certos adultos”. Devido á sua liberdade quase absoluta, e ao

Relacionados

  • Gilles Lipovetsky A Felicidade Paradoxal 1
    110368 palavras | 442 páginas
  • Jovem como Modelo Cultural Peralva
    162281 palavras | 650 páginas