leviatã
A obra máxima de Thomas Hobbes é o livro chamado Leviatã, em que apresentou suas ideias acerca da natureza humana e sobre a necessidade de governos e sociedades. Segundo Hobbes, o homem que é mais poderoso do que outro pode aproveitar-se dessa situação para dominar outros e impor os seus desejos, porém esse ciclo não se encerraria, o que acabaria por aniquilar a sociedade em uma guerra desmedida e infindável. Assim, o cidadão para assegurar a sua própria sobrevivência restringem as suas liberdades naturais e passam a viver sob a proteção do Estado e do leviatã. O leviatã é o Estado, na figura do monarca, investido de poder pacificador e autorizado pelos cidadãos.
Nesse sentido, vemos Hobbes dizer que “O fim último, causa final e desígnio dos homens (que amam naturalmente a liberdade e o domínio sobre os outros), ao introduzir aquela restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria conservação e com uma vida mais satisfeita. Quer dizer, o desejo de sair daquela mísera condição de guerra que é a conseqüência necessária das paixões naturais dos homens, quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito àquelas leis de natureza que foram expostas nos capítulos décimo quarto e décimo quinto.”
Diante dessa vontade de se salvaguardar é que surge o Leviatã, como força de manutenção da ordem social e que exerce o seu poder sobre os seus subalternos. Segundo Hobbes os homens só podem viver em paz se concordarem em submeter-se a um poder absoluto e centralizado. Segundo o filósofo, a Igreja cristã e o Estado cristão formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo monarca, que teria o direito de interpretar as Escrituras, decidir questões religiosas e presidir o culto. Neste sentido, critica a livre-interpretação da Bíblia na Reforma Protestante por, de certa forma, enfraquecer o monarca.