leviatã
Thomas Hobbes
1. DAS SENSAÇÕES
De acordo com Thomas Hobbes, os pensamentos dos homens podem ser observados de duas maneiras: de forma individual e em seu conjunto (em sua mútua dependência). O pensamento analisado de forma individual “é a representação ou aspecto de determinada qualidade ou qualquer outro acidente de um corpo exterior ao nosso, que vulgarmente chamamos objeto”. Este mesmo objeto citado pode atuar sobre os olhos, ouvidos e no corpo humano em geral, produzindo uma variedade de aparências, que nomeamos como sensação. “A causa das sensações é o corpo externo ou objeto que age sobre o órgão apropriado a cada sentido”; que como nos diz Hobbes, produz um esforço dirigido de dentro para fora, deixando a imprensão de ser algo externo; se constituindo de variados movimentos da matéria mediante os quais ela atua sobre os órgãos humanos. Mas sua aparência, para nós, constitui a fantasia, tanto em estado de vigília, como de sono... assim resulta evidente que a coisa vista se encontra numa parte, e a aparência, em outra, uma coisa é o objeto e a outra a imagem ou fantasia. Portanto, as sensações, em todos os casos, são meras fantasias originais.
2. DA IMAGINAÇÃO
Para os latinos a imaginação é aquilo que é criado pela imagem na visão, já os gregos atribuíam a este significado o nome de fantasia; ou seja, aparência. Hobbes define imaginação como sendo a sensação debilitada, a sensação que se apresenta nos homens e em outras criaturas vivas, durante o sonho e também durante o estado de vigília; porém de formas diferentes. Conforme nos diz Hobbes “imaginação e memória são a mesma coisa, mas recebem nomes diferentes, dependendo da consideração que desejamos fazer”. Quando nos referimos à sensação declinante estamos falando da imaginação, quando nos referimos ao próprio declínio, no sentido de que a sensação se atenua,