Leonora
Ela ganhou o mundo com seu pai, nas temporadas que a família passou em Paris. Depois, alçou voos próprios. Ela morou em Milão, entre 1990 e 1991, onde realizou, na Galeria Mercato del Sale, a mostra “Poesia é coisa de nada”, com trabalhos produzidos entre 1985 e 1990. Também em 1990 participou da “Transfutur Visuelle Poesie”, no Kunstetage, em Kassel, e na Galeria Pankow, em Berlim. Em 1995, marcou presença na terceira “Biennale des Poètes”, em Val-de-Marne, em Paris. Atualmente mudou-se com o marido, o jornalista Marcos Augusto Gonçalves, para uma longa temporada em Nova York.
A trajetória internacional se fez acompanhar de um diálogo constante com os artistas que ela admira. Trabalhos de Yoko Ono e Cindy Sherman, por exemplo, merecem citações frequentes, às vezes carinhosas, outras irônicas. Criadora de personagens em suas performances, Lenora faz uma provocação instigante em seus escritos sobre arte ao propor: Cindir Sherman! E em seguida perguntar: “Quando Cindy está em si mesma, vestida de ela mesma?” Uma pergunta que poderia muito bem ser dirigida para Lenora, que se torna personagem de si mesma em videoperformances como Procuro-me.
Para Lenora, o mesmo movimento de exibir-se é também o de esconder-se em si mesma, nas muitas dobras e interseções de linguagem que compõem suas trabalhos. Os personagens de Lenora também transitam entre textos, imagens e sons, às vezes em trilhas paralelas, às vezes