Lenin rumo a Estação Finlândia
WILSON, Edmund. Rumo à estação Finlândia: escritos e atores da História. São Paulo: Companhia da Letras, 2006. [Parte III – Lênin identifica a si próprio com a história; Lênin na Estação Finlândia, p. 504-547].
Lenin identifica a si próprio com a História
Em 1893 Engels publicou uma série de artigos em que defendia a extinção do exercito permanente alemão e propunha a formação de um exercito popular, fundamentado no serviço militar universal, e defendia também que os socialdemocratas alemães deviam votar a favor dos créditos de guerra, se caso a Rússia os agredisse.
A Segunda Internacional era contraria a participação da classe operária em guerras, pois segundo eles o proletariado só serviria para lutar em prol do capitalismo que estava os destruindo. O dever do socialista nos momentos de guerra era aproveitar para colocar o povo contra o capitalismo. No período das guerras, os líderes da Segunda Internacional estavam disputando vagas nos governos no período entre guerras, simbolizando assim um vexame para os marxistas.
Mesmo com a vergonha de alguns que se diziam marxistas, Lenin e seus companheiros acreditava que era chegada a hora da revolução socialista, porém a situação imperialista, que favorecia cada vez mais o crescimento do capitalismo, com seus lucros que “eram usados para seduzir a camada mais privilegiada do proletariado, e os socialistas, assim, também se tornaram imperialistas.” (WILSON, p.507)
Ao falar de Lenin, após sua morte, Trotski relata sua participação na Revolução, acentuando o fato de que ele sempre relutava a dar ordens aos soldados de execução quando o pegavam alguém saqueando casas, porém não tinha pena das execuções de fundo político. Lenin passou a identificar a si próprio como uma agente da força histórica.
Lenin não era percebido por suas características físicas, mais por suas ideias. Não vivia de teorias, não tentava praticar o marxismo da forma com que Marx e Engels propuseram, mais a sua maneira