lencioni acumulação primitiva de capital

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Com a hegemonia da reprodução social capitalista, a acumulação primitiva é interpretada ora como sendo um fato do passado, ora como um processo que perdura até hoje. Nosso ponto de vista é de que a acumulação primitiva historicamente não desapareceu, sendo, inclusive, um importante componente da sociedade contemporânea. Nela, os processos capitalistas de acumulação primitiva e de reprodução do capital coexistem e se complementam de forma contraditória e dialética. O primeiro, o processo de acumulação primitiva está relacionado à espoliação e à produção de um capital novo, enquanto que o segundo, o de reprodução do capital está relacionado à exploração e tem como ponto de partida um capital já constituído. A diferença entre os termos espoliação e exploração é apresentada, bem como a posição de Harvey sob essa polêmica, se constituindo nas discussões que constituindo a primeira parte do texto. Na segunda parte se discute que a acumulação primitiva dos dias atuais repete a fraude, o roubo e a violência que estiveram presentes no momento da gênese do capitalismo. Embora o mundo pareça ter mudado, com tanto avanço técnico e tantas leis acerca dos direitos humanos, não mudou muito, pois persistem práticas de fraude, roubo e violência como expedientes de produção de capital. Vários exemplos de rapinagem dos recursos naturais são dados, incluindo-se aí a biopirataria. Também é destacada a escravidão por dívida, como uma forma violenta de espoliação, uma forma de acumulação primitiva de capital em que o trabalhador livre, pelos mecanismos de sujeição ao qual está submetido, perde sua liberdade. O roubo de terras se constitui num outro exemplo de acumulação primitiva dessa sociedade contemporânea. Afirma-se que todas as formas de espoliação são produtoras de dinheiro e produtoras de capital em potencial e que o capital financeiro é que constrói, em especial, o elo entre acumulação primitiva e reprodução do capital na sociedade

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