leite
De todas as cadeias produtivas do setor agropecuário, a que mais se transformou, nos últimos anos, foi a do leite. Após meio século de poucas mudanças, em grandes partes explicadas pela forte intervenção do governo no mercado de lácteos, a cadeia produtiva do leite começa, no início dos anos 90, a experimentar profundas transformações em todos os seus segmentos, da produção ao consumo. As causas das transformações da cadeia produtiva do leite são: 1) Desregulamentação do mercado de leite a partir de 1991; 2) Maior abertura da economia brasileira para o mercado internacional, em especial, a criação do Mercosul; e 3) Estabilização de preços da economia brasileira em decorrência do plano real, a partir de julho de 1994. (Sebastião Teixeira Gomes; EVOLUÇÃO RECENTE E PERSPECTIVA DA PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL; Viçosa; 2001).
O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo, ocupando o quinto lugar, segundo dados da Tabela 1. A produção nacional é, praticamente, o dobro da produção da Nova Zelândia e mais do que o dobro da produção da Argentina, que são países considerados referências na produção mundial. (Sebastião Teixeira Gomes; DIAGNÓSTICO E PERSPECTIVAS DA PRODUÇÃO DE LEITE NO BRASIL; Viçosa; 1999).
Em relação aos hábitos de consumo, sabe-se que diversos fatores podem influenciar a demanda por produtos alimentícios. Dentre eles, citam-se o aumento da população, a redução de preços e as mudanças nos costumes alimentares. O leite produzido no Brasil é um dos mais baratos do mundo (por volta de 10 centavos de dólar/litro), portanto, uma grande revolução no setor pode ser realizada a partir da inclusão de uma camada mais carente da população no consumo de produtos lácteos. O Ministério da Saúde recomenda um consumo médio de 200 litros de leite por habitante/ano, na forma de leite fluido ou produtos lácteos; entretanto, o consumo do país está muito abaixo do recomendado (aproximadamente 130,9 litros per