Leish
A OPINIÃO DE: Isabel Pereira da Fonseca,
Vice-Presidente do Conselho Profissional e Deontológico da Ordem dos Médicos Veterinários
Leishmaniose:
Medidas de prevenção
A Leishmaniose canina, na forma visceral zoonótica, é uma doença endémica no Sul da Europa, Norte de
África, Médio Oriente, China e América do Sul, que pode também atingir o Homem. Já a leishmaniose felina é menos conhecida embora tenha vindo a aumentar nos últimos anos, em regiões onde a leishmaniose, que afeta cães e humanos, exista.
E
m Portugal, a leishmaniose é causada por um parasita denominado
Leishmania infantum que se localiza, sobretudo, na medula óssea, nos gânglios linfáticos, no baço, no fígado e na pele. O parasita é transmitido aos cães, aos gatos e ao Homem, pela picada de pequenos insetos fêmeas das espécies Phlebotomus perniciosus e P. ariasi.
Estes insetos de cor amarela clara vivem nos abrigos de animais, habitações, caixotes de lixo, jardins, matas, etc. e alimentam-se de sangue, picando, preferencialmente, ao final do dia.
O cão é o principal hospedeiro e hospedeiro reservatório e, em Portugal, estima-se que 110 mil cães estejam infetados embora muitos não manifestem a doença. Quanto ao papel do gato como possível hospedeiro reservatório de L. infantum não está ainda esclarecido. Outros animais, como as raposas, os lobos e os roedores, podem, igualmente, ser afetados.
A principal via de transmissão da leishmaniose é através da inoculação do parasita pelo inseto quando este se alimenta. Porém, as transfusões sanguíneas, o contacto direto, a transmissão venérea e a transmissão mãe-filho podem também estar envolvidas. Os cães que vivem sempre no exterior ou na maior parte do tempo fora de casa, os cães de raças exóticas, os cães de pelo curto e os animais com idade igual ou superior a 2 anos correm maior risco de ser infetados.
Os donos de cães com leishmaniose devem cumprir rigorosamente o tratamento recomendado