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José Mauro nasceu de família nordestina, que migrara para o Rio de Janeiro. Os pais tinham tão poucos recursos que ele, ainda criança, teve de se transferir para a Nordeste, onde foi criado pelos tios em Natal.
Ingressando na Faculdade de Medicina da capital potiguar, abandona o curso no segundo ano, retornando ao Rio de Janeiro a fim de conseguir melhores oportunidades. Ali, trabalha como carregador de bananas numa fazenda do litoral do estado, instrutor de boxe, e, devido ao belo porte físico, até como modelo pictórico. Há uma estátua sua, do escultor Bruno Giorgi, no Monumento à Juventude, na antiga sede do Ministério da Educação. Em São Paulo, foi garçom de boate. Obteve uma bolsa de estudos na Espanha, mas não suportou a vida acadêmica. Abandonou os estudos depois de uma semana, preferindo correr a Europa. A atividade mais importante que exerceu foi junto aos irmãos Villas-Bôas pelos rios da região do Araguaia, conhecendo o ambiente inóspito e lutando pelos índios2 .
Estava amadurecido o homem José Mauro, e o resultado disso foi seu livro de estreia, o romance Banana Brava, de 1942, onde reflete o mundo dos homens do garimpo. Mas a obra não alcançou bons resultados na época, apesar de algumas críticas favoráveis. Rosinha, Minha Canoa, de 1962, marca seu primeiro sucesso. No livro Meu Pé de Laranja Lima, de 1968, seu maior sucesso editorial, serve-se de sua experiência pessoal para retratar o choque sofrido na infância com as bruscas mudanças da vida. Foi escrito em apenas doze dias. "Porém estava dentro de mim há anos, há vinte anos", disse numa entrevista2