Le goff e ginzburg, uma perspectiva metodológica
LE GOFF, Jacques. Documento/monumento. In: ___. História e memória. Campinas: Editora da Unicamp, 1992, p. 535 a 549.
Le Goff em seu História e Memória faz inúmeras análises acerca da História e seu(s) objeto(s) de análises. Neste sentido aponta dois tipos de materiais: os documentos e os monumentos. O primeiro é de escolha do historiador e o segundo, é a herança do passado. Ao historiador cabe o papel de “ler” os documentos sem idéias preconcebidas, retirando deles tudo que neles contêm, sem no entanto, lhes acrescentar nada. Lefebvre afirmava igualmente: "Não há notícia histórica sem documentos"; e precisava: "Pois se dos fatos históricos não foram registrados documentos, ou gravados ou escritos, aqueles fatos perderam-se [1971, p. 17]. Em princípio, o documento era somente o texto. Fustel sentindo o limite desta afirmação declarara que
"Onde faltam os monumentos escritos, deve a história demandar às línguas mortas os seus segredos... Deve escutar as fábulas, os mitos, os sonhos da imaginação... Onde o homem passou, onde deixou qualquer marca da sua vida e da sua inteligência, aí está a história" [ed. 1901, p. 245].
Para Le Goff, o historiador deve servir-se de tudo aquilo que demonstra e comprova os sinais de presença de atividades humanas, sendo uma função do trabalho do historiador fazer falar as coisas mudas, retirando informações acerca dos homens e das sociedades que as produziram, pois para cada problema histórico não há necessariamente um tipo de documento especializado para fornecer-lhe respostas. Documento no sentido mais amplo _ podendo ser escrito, ilustrado, transmitido por som, por imagem...
"A história faz-se com documentos escritos, sem dúvida. Quando estes existem. Mas pode fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos, quando não existem. Com tudo o que a habilidade do historiador lhe permite utilizar para fabricar