Lazer
A relação existente entre lazer e educação parece não causar qualquer inquietude. Requixa (1980) defende que nada seria mais adequado que considerar a importância do aproveitamento das ocupações de lazer como instrumentos auxiliares da educação. Argumenta que o indivíduo, ao participar em atividades de lazer, desenvolve-se quer individualmente, quer socialmente, condições estas indispensáveis para garantir o seu bem-estar e participação mais ativa no atendimento de necessidades e aspirações de ordem individual, familiar, cultural e comunitária. Por outro lado, a educação para o lazer pode ter um efeito significativo na participação em acividades de lazer e na satisfação de vida (Kanters e col., 1994 cit. por Mota, 1997). Mas o termo educação para o lazer acarreta diversas conotações. Para alguns, significa transmitir informação relacionada com o lazer através do sistema educacional. Tradicionalmente, a educação para o lazer tem sido vista como um meio de transmissão de conhecimentos e habilidades para o lazer, através da oportunidade de participação em programas de recreação, bem como em programas pós-escolares (Mundy, 1976). A educação para o lazer, ou a educação para o tempo livre, para sermos mais abrangentes, tem como objetivo formar o indivíduo para que viva o seu tempo disponível da forma mais positiva, sendo um processo de desenvolvimento total através do qual um indivíduo amplia o conhecimento de si próprio, do lazer e das relações do lazer com a vida e com o tecido social. Por tal, deve ser considerada como um processo integral da vida diária da escola, no sentido de que é necessário ensinar o lazer ativo. Sendo assim, a escola não pode alienar-se, por um lado, dos tempos livres das crianças, e por outro, das atividades de complemento curricular, que poderão ser uma excelente alternativa a esses tempos desocupados de atividades curriculares.