Laudo - Olga
O caso de Olga é de uma violência jurídica que mostra a sujeira na história do direito brasileiro. A intenção do Habeas Corpus era no mostrar que Olga ainda permanece presa no Brasil; alterava-se a lógica do remédio heroico; pedia que a paciente permanece-se presa, pretendendo, com a negação da liberdade, garanti-la. Grávida, havia mais coisas em jogo. A crueza e a formalidade do procedimento de expulsão de Olga ilustram justiça que não se fez, a falta de solidariedade humana, violência que se perpetuou.
A petição inicial de Habeas Corpus protocolada pelo advogado Heitor Lima em defesa de Olga tinha como tudo, a tese de que a paciente não poderia ser expulsa e que deveria ficar no Brasil, para aqui ser julgada pelas autoridades brasileiras. Tratou-se de Habeas Corpus inusitado. É o que o remédio se presta historicamente para libertar o preso. No caso de Olga pretendia se fazer o contrário; isto é, que permanecesse presa, condição única de sobrevivência, não obstante os maus tratos. É que, judia, seria entregue à Gestapo, de onde seria encaminhada para um campo de concentração, no qual ia morrer. E foi o que aconteceu.
A tese de Heitor Lima se mantinha na afirmação de que criminosos deveriam ser punidos, depois de julgados, e não expulsos. No entanto, ainda segundo Heitor Lima, o estrangeiro