Latim
O latim, com tantas outras coisas de nossa sociedade, é amiúde objeto de polêmica: se, por um lado, graças ao saudosismo daqueles que lastimam a sua exclusão do primeiro e segundo graus, por outro lado, abundam depoimentos de pessoas ‘’ traumatizadas’’ com a dificuldade que tiveram em aprendê-lo pelo método tradicional. Essas opiniões causam certa apreensão nos alunos de Letras, ao virem que Língua Latina é disciplina obrigatória em sua grade horária. Alguns têm a expectativa de encontrarem uma panacéia para todos os problemas da língua portuguesa, outros esperam algo terrivelmente difícil, quase intransponível. Mas que é o latim? Desde o primeiro texto em latim, a Fíbula de Preneste, do século VII a.C. o latim desenvolveu-se como qualquer língua, deixando seus traços em autores antigos, os quais conhecemos apenas por fragmentos de suas obras: Lívio Andronico, Névio e Ênio. Mais tarde, aparecerão os textos de Catão e as comédias de Plauto e Terêncio, escritas num latim bastante diferente daquele do séc. I a.C., quando começa a chamada fase clássica da literatura latina: Cesar, Cícero, Ovídio, Horácio, Vergílio, Catulo. No período pós-clássico vem a narrativa de Apuleio, Pérsio, Juvenal, Marcial, Vitrúcio, Tácito, Petrônio, Plínico, Sêneca e dos autores cristãos : Amiano Marcelino, Lactâncio, Ausônico, Santo Ambrósio, Carísio, Santo Agostinho e na Vulgata, tradução latina da Bíblia, feita por São Jerônimo, cujo estilo inspira toda a Idade Média. Desde Varrão, a língua sofre normatização, reforçada por Quintiliano, Donato, Macróbio, Consêncio, Pompeio, Sidônio Apolinário. Durante toda a Idade Média, o latim adquire o status de Língua Universal: as etimologias de Isidoro de Sevilha; os tratados de música de Boécio; livros de medicina(Marcelo Empírico. Oribásio), de culinária (Apício), de veterinária (Vegeto Renato ), de conservação dos alimentos (Ântimo) e sobretudo textos religiosos. Lê-se Aristóteles em sua tradução