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O discurso neo-liberal, dominante no mundo desenvolvido até a crise econômica de 2008, é um discurso fundamentalmente imperialista e globalista, o qual tem sua origem em Washington (formando o assim chamado “Consenso de Washington”), tendo sido adotado na América Latina pela direita, formada pela classe rentista e pelo setor financeiro.
No Brasil esse discurso, ainda defendido por economistas ligados ao setor financeiro, se baseia nas seguintes proposições: (a) o maior problema do Brasil é a falta de reformas microeconômicas que permitam o livre-funcionamento do mercado, (b) o controle da inflação é oprincipal objetivo da política econômica, (c) para controlar a inflação, os juros serão inevitavelmente altos devido ao “risco-país” e aos problemas fiscais, (d) o “desenvolvimento econômico” é uma competição entre os países para obter “poupança externa”; logo, os déficits em conta-corrente e a apreciação da taxa real de câmbio não são problemáticos, mas são necessários para o “desenvolvimento” do Brasil devido a nossa dependência externa.
O discurso populista, abraçado por amplos segmentos do PT, estabelece que a globalização e o capital financeiro impõem ao Brasil um alto endividamento externo (devido aos fluxos de capitais voláteis) e do setor público. Nesse contexto, a única solução possível seria a renegociação das dívidas externa e pública, exigindo-se um grande desconto sobre a mesma, o que, na prática, seria um “calote” tal como foi feito pela Argentina