Lama vermelha da indústria de beneficiamento de alumina
A bauxita é um minério muito importante na obtenção da alumina (Al2O3), matéria-prima na produção de alumínio. Antigamente, o beneficiamento da bauxita era realizado através do processo Le Chatelier. Esse método consiste no aquecimento da bauxita com carbonato de sódio a 1200°C, remoção dos aluminatos formados com água e precipitação do hidróxido de alumínio através da ação do gás carbônico. No entanto, devido à drástica redução no custo de produção da alumina, o processo Le Chatelier foi substituído pelo processo Bayer. O processo Bayer é utilizado até hoje praticamente sem mudanças significativas, somente com a substituição do carbonato pelo hidróxido de sódio e pela utilização de pressão durante a digestão.
Durante o processo de beneficiamento da bauxita através do processo Bayer, é formado um resíduo insolúvel denominado lama vermelha. Este resíduo é composto por óxidos insolúveis de ferro, quartzo, aluminossilicatos de sódio, carbonatos e aluminatos de cálcio e dióxido de titânio. Devido à grande quantidade de água de processo que segue com o material sólido para disposição, os métodos convencionais de disposição de lamas são denominados métodos úmidos. Os métodos úmidos aplicáveis à lama vermelha consistem em grandes diques onde a lama vermelha é disposta com baixo teor de sólidos. A separação de fases ocorre no local de disposição, onde o material sólido sedimenta e surge um sobrenadante alcalino. A operação é simples e barata, consistindo na sedimentação natural da fase sólida e na recirculação do sobrenadante para a fábrica. Porém o potencial de impacto sobre o meio ambiente é alto. A área de disposição final necessária é grande, 100 a 200 acres em média. Os custos associados são altos, devido à necessidade de impermeabilização da área antes da disposição, feita normalmente através de membranas plásticas ou da aplicação de camada