Lacan o Grande Freudiano
Introdução
Quando Jacques-Marie Émile Lacan nasceu, a psicanálise já conquistava seu lugar no mundo. Sigmund Freud então aos seu quarenta e cinco anos de idade, já havia publicado importantes obras, no entanto Lacan ainda ofereceria importantes contribuições à psicanálise, que mudaram o modo como ela é vista até hoje. Embora Freud e Lacan nunca tenham se encontrado pessoalmente, se encontraram a traves do discurso de forma que mudaram radicalmente a história da psicanálise
Lacan dizia a seus leitores, que cabia a eles serem lacanianos, pois quanto a ele, definia-se como freudiano, tanto que em inúmeras obras denomina seu trabalho como o “retorno a Freud”, o mesmo fez questão de enfatizar que não há Lacan sem Freud, escrevendo-se assim na história como o grande freudiano.
Arte e ciência na psicanálise
Lacan conjuga em seu ensino duas vertentes aparentemente opostas, mas que se complementam: a arte e a ciência. Fazia tão bem o uso da arte em seus textos e seminários que seus textos atualmente são cada vez mais estudados pelos departamentos de literatura das universidades. E para este ponto é importante chamar a atenção para o fato de que a literatura exerce importante papel na constituição da psicanálise na medida em que também atravessa toda a obra de Freud, pois ele aprendeu muito com os romancistas e os poetas, retirando deles importantes ensinamentos, dizia ainda que não havia nada que conseguisse formular que não houvesse sido abordado pelos escritores.
Lacan toma a proposta freudiana ao pé da letra, com ele, os psicanalistas retornam ao mundo do saber, do qual haviam se afastado a partir do momento em que os pós-freudianos reduziram a psicanálise a uma adaptação ligada à medicina. Lacan articula o saber psicanalítico com as disciplinas contemporâneas e assim como Freud também almeja conquistar o status de ciência para a psicanálise e como principal contribuição a cientificidade da psicanálise desenvolve a