Kopp Anatole
Como resultado de acontecimentos sociais, políticos e bélicos, no século XIX e XX, a Europa entra em um importante e continuo período de transformações na forma de construir e vivenciar, principalmente, os modelos de habitação, o chamado Neues Bauen.
No lugar da concepção individualista, no final da década de 1920 inicia-se uma ruptura, com a produção de habitações em massa segundo métodos industriais, adaptada às necessidades das camadas populares.
Com a intenção de cobrir o déficit de habitações acumulado durante a guerra, com a necessidade de cultivar os poucos terrenos livres existentes, e atribuir um caráter mais social, prevê-se um conjunto habitacional mais integrado, permitindo a convivência em contradição com o isolamento de cada um em suas casas e terrenos. Prevê-se também a presença de equipamentos coletivos complexos.
Inicia-se assim um processo de produção de pensamentos e projetos tanto de habitações quanto de seu mobiliário e utensílios, sempre pensando na praticidade e qualidade de vida que a população teria, associado é claro, a um custo acessível.
Começou-se então a rever os conceitos já existentes de “arquitetura”, a “ciência da construção”. Precisaria ela ser agradável apenas aos olhos? Passou-se a dar muito mais importância para sua funcionalidade e capacidade de melhorar as condições de vida dessas massas em transformação do que para sua beleza (ou ausência de).
Após o Neues Bauen ser atacado no plano político e ideológico, e ser vítima da crise de 1929 que atingiu a Europa, os conjuntos foram transferidos para a periferia, longe das áreas centrais de mais interação com a cidade onde não havia nem eletricidade nem água, e com raro sistema de esgoto desapareceu grande parte dos projetos para melhorar a qualidade de vida, como as “cozinhas Frankfurt”, vivendo assim, seus últimos dias.