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Depois de a União Européia em peso ratificar o Protocolo de Kyoto na última sexta-feira, hoje foi a vez do governo japonês. A decisão deixa o documento, que prevê a redução da emissão de gases estufa, a um passo de entrar em vigor e isola os EUA como praticamente o único país a rejeitá-lo.
A ratificação veio como resposta à promessa do governo de aprovar a lei a tempo de apresentá-la na Rio+10, a conferência mundial sobre Ambiente e Desenvolvimento que acontecerá de 26 de agosto a 4 de setembro deste ano em Johannesburgo, África do Sul - dez anos depois da adoção da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, durante a ECO-92, no Rio de Janeiro.
Para entrar em vigor, o protocolo precisa contar com a assinatura de no mínimo 55 países, que contabilizem 55% das emissões de CO2. Com a ratificação do Japão isso está mais próximo, apesar da ausência dos EUA, que se retiraram do acordo no ano passado sob o argumento de que cumprir as metas de cortes de poluentes prejudicaria a economia do país.
O Japão ameaçou fazer o mesmo, e era considerado, junto com a Rússia, um dos principais aliados dos americanos contra o protocolo. Agora o governo japonês promete reduzir as emissões em 6% e a Rússia também já se declarou propensa a ratificar o protocolo até o final do ano.
Por enquanto os EUA não deram nenhum sinal de que podem voltar atrás. Apesar de uma declaração feita ontem pelo governo reconhecendo que ação humana causa aquecimento global, hoje o presidente George W. Bush desqualificou o relatório.
O próximo passo japonês agora será dado pelos ministérios de Relações Exteriores e do Meio Ambiente, que vão escrever para alguns países, entre os quais a Rússia e os Estados Unidos, pedindo que ratifiquem o tratado.
"O Protocolo de Kyoto é um passo internacional importante na direção de se combaterem as mudanças climáticas. Espero que outros países venham a aderir a ele tão logo possível", disse