Kasper

Neurociência
Quando os lobos frontais são preguiçosos
Linhas de pesquisa mundiais atestam os fantásticos efeitos do treinamento neurológico na recuperação funcional dos mais variados quadros de comprometimento cerebral

Por Leonardo Mascaro

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Clinicamente, esta condição se manifesta sob as mais variadas formas, mas é possível agrupálas de modo organizado. Basicamente, existem duas formas principais de manifestação de baixa ativação dos lobos frontais, uma emocional e outra cognitiva, principalmente ligada às funções executivas. Isto por que, do ponto de vista funcional, os lobos frontais de ambos os hemisférios se ocupam do processamento das funções executivas da cognição, como a atenção e o planejamento futuro, por exemplo. É aí, também, que se dá a regulação de nossa expressão emocional e o processamento de nossos traços de personalidade. Mais ainda, certos tipos de “emoções negativas” ligadas a comportamentos violentos, irracionais e antissociais, que se caracterizam por abruptas oscilações de humor, isto é, que normalmente emergem de modo impulsivo, sem um pensamento consciente que as preceda, parecem se relacionar a uma subativação nos lobos frontais, sendo que chegou- se, mesmo, a constatar efetiva atrofia cortical destas regiões nesses indivíduos (A. Raine, T. Lencz, S. Bihrle, L. LaCasse e P. Colletti: Reduced Prefrontal Gray Matter Volume and Reduced Autonomic Activity in Antisocial Personality Disorder - Archives of General Psychiatry 57, 2 (2000), pág. 119-27, discussion 128-29).

Assim, atenção, concentração, memória, processamento emocional consciente, comportamento social e juízo de valores, bem como autocontrole, ou seja, o controle de impulsos, a inibição ou facilitação de comportamentos e de movimentos, são todos atribuições dos lobos frontais.

As alterações funcionais patológicas, quando ocorrem, normalmente se devem a excessos de voltagem de ondas lentas que evidenciam a baixa de atividade nestas regiões (que deveriam