A expansão da industria trouxe a destruição da velha ordem feudal e a consolidação da nova sociedade – capitalista – estruturada no lucro e na produção ampliada de bens.Durante o século XIX a capacidade produtiva se tornou muito superior à capacidade de consumo pelo mercado europeu. Houve muitas crises de superprodução que levaram algumas empresas a falência. Para garantir o consumo destes bens excedentes era necessário expandir o mercado consumidor para além das fronteiras da Europa. Neste momento, os europeus irão buscar novo mercados consumidores na África e na Ásia. As civilizações encontradas nestes continentes, porém, eram estruturadas em moldes muito diferentes da sociedade capitalista europeia. Encontrava-se, nestes continentes, culturas politeístas, poligâmicas, sociedade de castas sem mobilidade social, agricultura de subsistência, além de pequeno comércio com artesanato doméstico, etc. Era preciso, portanto, reorganizar estas civilizações em moldes capitalistas. Do contrário, seria impossível efetivar a exploração da matéria-prima e mão-de-obra destes países de modo que permitisse o consumo de produtos industrializados. O Darwinismo Social A conquista, a dominação e a transformação da África e da Ásia pela Europa exigiam justificativas que ultrapassassem os interesses econômicos imediatos. Assim, a conquista europeia revestiu-se de uma aparência humanitária que ocultava a violência de uma ação colonizadora e a transformava em “missão civilizadora”.Este argumento baseava-se no princípio inquestionável de que o mais alto grau de civilização a que um povo poderia chegar seria o já alcançado pelos europeus – a sociedade capitalista industrial do século XIX. Este argumento foi criado em “bases científicas” com uma leitura distorcida da obra de Charles Darwin, realizando uma comparação arbitrária onde as sociedades africanas e asiáticas eram colocadas em estágios inferiores de desenvolvimento, estágios que os europeus já haviam superado.