Karl Marx 1818 1883
João Diógenes F. dos Santos1.
Na efervescência da segunda metade do século XIX, com o desenvolvimento da dinâmica capitalista (aguçando os antagonismos das relações sociais) e a consolidação da classe dos trabalhadores, Karl Marx (1818-1883), teórico alemão, desenvolveu, em íntima relação com tais transformações, um arcabouço teórico para analisar a sociedade capitalista, ou seja, o contexto histórico vivido pelo autor.
Deste modo, Marx foi um dos colaboradores para formação da Sociologia, enquanto um campo de conhecimento científico, com método e objeto próprio. O autor alemão é considerado um clássico das Ciências Sociais. E para Giddens (1998, p:15), os clássicos “são aqueles que devem ser lidos e relidos com proveito, como fonte de reflexão sobre o problema e questões contemporâneas”.
Desse modo, o objetivo deste ensaio é apresentar, de forma panorâmica, os principais postulados epistemológicos desenvolvidos por Karl Marx, que contribuíram para constituição da Sociologia.
Marx rompeu com a concepção de descrever e classificar a realidade, como se ela fosse transparente aos olhos do pesquisador, demonstrando-nos que a realidade necessita ser desvelada, desnudada, em que o “véu da aparência” seja retirado pela incursão teórica. Nesta direção, o autor estabeleceu um método dialético, que tem suas raízes no sistema filosófico de Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831).
O sociólogo Emir Sader (Apud: MARX e ENGELS, 2007) afirma que a dialética hegeliana caminha em duas direções. A primeira, questionando a objetividade das coisas, tal como defendiam Aguste Comte e Émile Durkheim na construção da Sociologia. Nesta perspectiva, “introduz no pensamento filosófico a noção de trabalho, uma noção altamente corrosiva para as pretensões a-históricas e sistemáticas do pensamento tradicional”, pois redefine as relações entre sujeito e objeto, entre subjetividade e objetividade.
Já a segunda direção, nessa