Karl MANNHEIM
Sociologia do Conhecimento
Sociologia
Módulo 22
Mannheim é considerado o fundador da sociologia do conhecimento. Segundo esse grande sociólogo, toda produção de conhecimento não resulta apenas da consciência puramente teórica, mas, sobretudo de elementos de natureza não teórica, provenientes da vida social e das influencias e vontades a que o produtor, enquanto individuo proveniente de uma realidade social, está sujeito. O conhecimento não é retrato da realidade mas interpretação. A sociologia do conhecimento sugere um imanente conteúdo público dos discursos organizados e aceitos inclusive nas funções assumidas pelas ideologias e pelas utopias. A História parece dar razão a Karl Mannheim. Ele distingue ideologia e utopia. A primeira refere-se ao conjunto de ideias que objetivam manter a ordem existente; a segunda, às ideias que fundamentam as ações pela transformação desta.
Esta implícita na palavra “ideologia” a noção de que, em certas situações, o inconsciente coletivo de certos grupos obscurece e a condição real da sociedade, tanto para si como para os demais, estabilizando-a portanto. Na mentalidade utópica, o inconsciente coletivo, guiado pela representação tendencial e pelo desejo de ação, oculta determinados aspectos da realidade. Ideologia e utopia são distinguidas pela relação que mantêm com a ordem social existente. Para que as ideias desempenhem o papel utópico, isto é adquiram um “estado de espírito utópico”, é necessário que não apenas transcendam a ordem, mas que incorporem-se nos grupos sociais oprimidos e capazes de revolucionar a ordem. A mentalidade utópica, em suma, é revolucionária; a ideologia permanece atrelada ao existente. A sociologia do conhecimento tem sua origem na noção, estabelecida principalmente a partir de Marx, de que as diversas formas de conhecimento não se desenvolvem no vácuo social, em função de simples acumulação de informações, conceitos e teorias. Para Mannheim, o pensamento