KANT
Na vida, é comum nos depararmos com situações que fazem com que reflitamos sobre o que é liberdade e o que é moral. Toda a inquietação gerada quando se levanta uma polemica em volta do termo “politicamente correto” nos fazem refletir sobre o mundo e a influência causada pelo peso da tradição, cultura e educação do sujeito enquanto agente moral.
Diante disso, como seria possível haver liberdade, visto que, mesmo descordando estamos submetidos a tradição cultural e as leis criadas pelos sujeitos da nossa sociedade?
De acordo com Kant, “a liberdade tem de pressupor-se como a propriedade da vontade de todos os seres racionais”. O ser racional, enquanto livre, agirá sempre escoltado por uma lei moral.
Em sua obra “Fundamentação da Metafísica dos Costumes”, (1974, p. 35), Kant ressalta que o dever possui um segundo aspecto, a lei moral: “[…] todos os conceitos morais têm sua sede e origem completamente *a priori na razão; […] que não podem ser abstraídos de nenhum conhecimento empírico e por conseguinte puramente contingente; que exatamente nessa pureza da sua origem reside a sua dignidade para nos servirem de princípios práticos supremos”.
As leis morais devem valer para todos os seres racionais, e, é também, desses seres racionais universais que deve-se deduzi-las. Trata-se então de descrever a faculdade prática da razão, partindo das regras universais até o conceito de dever.
KANT (1974, p. 217) afirma:
Cada coisa da natureza age segundo leis. Só um ser racional tem capacidade de agir segundo a representação das leis, isto é, segundo princípios, ou: só ele tem uma vontade. Como para as ações das leis é necessária à razão, a vontade não é outra coisa senão a razão prática. Se a razão determina infalivelmente à vontade, as ações de um tal ser, que são conhecidas como objetivamente necessárias, são também subjetivamente necessárias, isto é, a vontade é a faculdade de escolher só aquilo que a razão, independentemente da inclinação,