Kant
Aufklärung Sabendo que a natureza do homem é de sempre avançar para o esclarecimento, sair da menoridade, que por sua vez é a incompetência de viver uma vida sem direção de terceiros, torna-se prejudicial para um povo viver sob um governo que não tem como finalidade tal avanço.
O homem é culpado pelo seu estado de menoridade se, não tendo nenhum problema mental, permanece nesse estado por preguiça e covardia. Digamos que mesmo depois de um desenvolvimento, físico e mental normais, o homem continue a agir como uma criança, ou seja, dependente de norteadores e responsáveis (tutores espirituais, médicos, livros, etc.) que lhe digam o que fazer de sua vida, usando para isso “preceitos e fórmulas” ou “grilhões de uma perpétua menoridade”, inclusive para quem os proclama.
Por mais improvável que possa parecer, é possível o esclarecimento aos homens, basta-os dar liberdade. Tomando como base os diferentes tipos de pessoas com os seus respectivos hábitos e pensamentos, é muito provável que um escape do pensamento comum, dependência de tutores que os mostrem a direção certa, entrando em processo de esclarecimento. Seria incrível se uma dessas mentes iluminadas pelo esclarecimento fosse o próprio tutor religioso do povo, pois veria o mal que é manter a massa na menoridade. No entanto, se um indivíduo não dispõe de certa liberdade para refletir consigo, chegando a conclusões contrárias ao que lhe impõe como certo, uso privado da razão, ou pior, não podendo expor as suas ideias em escrito ao público, uso público da razão, jamais haverá esclarecimento.
O uso público seria então a liberdade que um homem possui para escrever e expor sua opinião em um determinado assunto seja ele qual for. Esse indivíduo não precisa temer ao querer argumentar ou debater, pois estaria diante de um governo digno de louvor que apoia a liberdade de