kanname sai
Os deuses xintoístas são vistos, muitas vezes, como manifestações locais das divindades budistas, a linha que divide ambas as doutrinas nem sempre é clara, mas muitas diferenças as separam também. O reino do Xintoísmo é o do ciclo da natureza, das estações do ano e da vida quotidiana; o Budismo, esse, é marcadamente filosófico, com preocupações metafísicas relacionadas com a morte e o que jaz para o além dela. O povo serve-se de ambos conforme as ocasiões; por exemplo, preferem os rituais xintoístas para casamentos e os budistas para os funerais. Mas os grandes atos de adoração em relação aos deuses e divindades são os matsuri, através dos quais o povo lhes faz a oferenda das suas orações, dádivas, reverência e alegria.
Os matsuris ocupam um lugar de honra na vida dos japoneses e contribuem para a sua forte identidade espiritual. Constituem uma ocasião para conseguirem comunhão com os seus deuses e espíritos ancestrais; para reconhecerem um passado comum que recua até tempos míticos; para celebrarem a natureza e o renovar incessante através das estações, que são excepcionalmente marcadas no seu país; e para, simplesmente, divertirem-se com a família e os vizinhos, reafirmando os laços comuns e providenciando uma pausa no trabalho e na vida regrada do dia-a-dia. O fato de os japoneses conseguirem manter vivas tantas tradições deve-se, em grande parte, a estas celebrações.
O tema central desse