Kaiapós
Suas danças, apesar do ritmo marcado pelos chocalhos, caixas e reco-recos, não apresentam canto, pois eles alegam que sendo indígenas, só poderiam cantar em tupi-guarani e não seriam entendidos. Como não falam o português, preferem ficar mudos. Seus principais personagens são: o "Chefe" ou "Cacique", os "Flecheiros", os "Violeiros", o "Meleiro", que simula tirar o mel do solo ou das árvores e as "Bugrinhas", (caiapozinhos) que, apesar de protegidas pelos flecheiros, são raptadas por pessoas do povo. Quando as devolvem, os raptores dão algum dinheiro para o grupo.
Esse bailado existe desde o início da colonização brasileira e sobre sua origem de dançadores poços-caldenses contam a seguinte lenda:
Na época do Brasil Colônia havia diversas missões jesuíticas espalhadas pelo país, com a finalidade de catequisar os índios. Na Capitania de São Paulo um dos padres da Companhia de Jesus sofria de um mal cutâneo incurável. Apesar de todos os recursos da medicina de então, seu corpo estava coberto de chagas. Receoso de contaminar seus companheiros ele resolveu abandonar o convívio dos irmão de congregação e embrenhou-se na selva, infestada de antropófagos.
Tinha andado apenas alguns quilômetros, quando se viu cercado de temíveis bugres, que o arrastaram através da mata, levando-o para uma taba nativa. Quando a comitiva chegou, houve grande alvoroço, pois os silvícolas acreditavam que a carne do padre era santa e se eles a comessem iriam para o céu. Amarraram então o pobre religioso numa estaca e chamaram o cacique. Este, após examinar o prisioneiro, mandou chamar o