Juliend freund
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Freund, Julien (1921-1993)Professor em Estrasburgo. Membro destacado da Resistência desde 1941. Doutorado na Sorbonne em 1965. Weberiano. Introduz o pensamento de Carl Schmitt no universo francês dos anos sessenta. Apesar das suas origens de esquerda, transforma-se, nos últimos tempos de vida, numa das bandeiras da direita radical francesa e europeia, sendo particularmente vangloriado em Portugal pelo grupo da revista Futuro Presente.
A essência da política
Na sua dissertação de doutoramento de 1965 procura demonstrar que existe uma essência da política, porque o homem seria imediatamente um ser político, tal como é imediata e autonomamente um ser económico e um ser religioso. Haveria, aliás, seis essências originárias, compreensíveis em si mesmas, dado situarem-se todas no mesmo plano e não dependerem, cada uma delas, de qualquer outra: a política, a ciência, a economia, a arte, a ética e a religião, dado considerar que todas as essências são autónomas e que não existe entre elas uma relação de subordinação lógica ou de hierarquia necessária.
Força, violência e paz
Considera que força é em política um meio essencial e por vezes o único de garantir eficazmente a estabilidade,a ordem e a justiça, salientando que todas as formas de paz, seja qual for o nome que se lhe dê, resultam de um equilibrio de forças entre os Estados. Acrescenta que a força, que não a violência, e o direito são duas noções completamente autónomas ,cada uma com a sua significação propria", sendo ambas igualmente originais pelo que a relação entre as duas apenas se traduz em trocas dialécticas, amigáveis ou hostis, conforme as circunstâncias. Neste sentido, observa que quer se queira quer não, a paz reside numa força hegemónica ou imperial, ou num equilíbrio entre potências, e um tratado de paz não passa do reconhecimento de uma determinada relação de forças.
Soberania e racionalidade
Considera a existência de dois elementos caracterizadores do Estado. Em primeiro lugar,