Jucuri
O menino ficou sensibilizado e pegou aquele pequeno filhote e o levou para a casa de um amigo que criava canários, cada um mais lindo que o outro.
Aí, o menino pediu ao amigo para colocá-lo junto com os filhotes recém-nascidos de uma canária. É claro que o amigo o atendeu.
Como ninguém sabia a raça daquele pequenino, todos ficaram curiosos pra saber. Mas, para isso, era preciso esperar o tempo correr.
E, assim foi feito.
Mais ou menos quinze dias depois, o amigo chamou o menino para contar a novidade: “Olha, aquele pássaro que você encontrou é um filhote de pardal”. O menino retrucou: “Pardal?” (meio decepcionado). Porém, logo aquele sentimento se transformou, porque o pardalzinho era tão bonitinho e estava tão ambientado com os irmãozinhos de criação, que passou a fazer parte da família.
O menino logo perguntou para o amigo criador de canários:
“Será que o pardal, quando crescer, vai cantar igual canário?”
E, o amigo lhe respondeu: “Não, cada pássaro já traz consigo um código genético, como se fosse um manual de fábrica. Assim, cada espécie tem um canto próprio”.
Mesmo assim, o menino não se importou. Ele aprendeu a amar aquele pardalzinho.
O tempo foi passando e o pardal foi crescendo mais que os canários. Ficou bem maior. Sendo assim, o criador de canários achou melhor soltar o pardal quando ele chegou ao tamanho adulto.
E, assim ele procedeu.Entretanto, todas as tardes, após passar o dia fora, o pardal voltava e tentava entrar na gaiola. Ele queria dormir com seus irmãos de criação.
O criador de canários, por pena dele, o deixava entrar.
E, na manhã seguinte, novamente o soltava.Durante muito tempo ele fez isso; soltava o pardal de manhã e o guardava na gaiola, pontualmente às seis da tarde.Até o dia em que o pardal não mais voltou.Dizem que