José Saramago
1.1. Delimitação do tema
O foco narrativo em “Intermitências da morte”: As inferências do narrador-intruso no romance e sua função na construção de um romance de cunho social.
1.2. Problema
As inferências do narrador-intruso colaboram para a explicitação de uma crítica política, religiosa e social?
1.3. Hipótese
O narrador-intruso exerce uma função essencial no romance, uma voz que além de narrar fatos e apresentá-los aos leitores, narra-os sob o seu ponto de vista, como um eu que tudo sabe, tudo comenta, analisa e critica, sem nenhuma naturalidade, dominando tudo e todos. Dessa forma, conduz o leitor a uma interpretação que é sua e colaborando para a construção de um romance de forte cunho crítico.
1.4. Objetivos
1.4.1. Objetivo geral
Analisar de que maneira o narrador-intruso no romance “As intermitências da morte”, colabora para a compreensão geral da obra.
1.4.2. Objetivos específicos
Identificar, no romance, as críticas propostas pelo narrador-intruso, que abrangem os diversos setores sociais.
Evidenciar a ligação da morte às conflitantes relações sociais.
1.5. Justificativa
O narrador se apresenta na obra com a responsabilidade de situar o leitor visto que ele é a instância da narrativa que transmite um conhecimento narrando-o. Na obra de José Saramago “Intermitências da morte”, podemos encontrar segundo LEITE (1989) o narrador onisciente intruso que se caracteriza por contar os fatos segundo seu ponto de vista “seu traço característico é a intrusão, ou seja, seus comentários sobre a vida, os costumes, os caracteres, a moral que podem ou não estar entrosados como a história narrada” (LEITE, pág 27).Assim, em Intermitências da morte há um “eu” que fala segundo suas observações, transformando o ato de escrever numa conversa íntima com o leitor, convidando-o a um mergulho na narrativa, apresentando as discrepâncias entre a ficção e a problemática da realidade que ele se propõe a representar. Trata-se de