José de alencar
Este estudo aborda os perfis femininos alencarianos, com o objetivo de analisar os recursos utilizados por José de Alencar para a construção da identidade feminina nas narrativas Lucíola, Iracema e Senhora. O Romantismo valoriza as forças criativas do indivíduo e da imaginação popular e tem como tema recorrente o amor. O ápice das narrativas românticas vincula o destino das personagens à realização amorosa. Opõe-se à arte equilibrada dos clássicos e baseia-se na inspiração fugaz da vida subjetiva: na fé, no sonho, na paixão, na intuição, na saudade, no sentimento da natureza e na força das lendas nacionais. No Brasil, houve vários romancistas, entre eles destaca-se José de Alencar que, embora tenha se formado em Direito, dedicou-se à literatura e ao teatro com bastante empenho. Foi considerado o fundador do romance nacional e produziu obras-primas fincadas na realidade brasileira. Mostrou habilidade especial na construção de personagens femininas, delineando-as de forma condizente com os padrões da época. Acreditava nas razões do coração, buscava salvar suas heroínas, redimindo-as, restaurando sua dignidade. Seus romances mostram a burguesia preconceituosa do Segundo Reinado e constrói suas personagens como imagens da sociedade na qual viviam. O presente estudo busca desvendar a concepção dos perfis femininos traçados por José de Alencar durante o período oitocentista. São mulheres que encantam pela personalidade forte e nada convencional, pois fogem aos padrões de comportamento esperado pela sociedade. Construídas a partir da ótica masculina, vão sendo conhecidas por meio de seus “defeitos”, qualidades e valores impostos por essa sociedade burguesa. Essas mulheres são protagonistas de romances que mostram os vícios de uma sociedade contraditória, que prega a superioridade moral da mulher em relação ao homem, mas que a trata como um objeto de luxo. Assim, este trabalho se propõe a apresentar as personagens Iracema,